domingo, 30 de agosto de 2015

VISÃO REFORMADA DE POLÍTICA


Muitas vezes olhamos para o mundo e pensamos: Não tem jeito. O que vemos? Vemos pessoas se alienando através da mídia, vemos pessoas passando fome, vemos jovens perdendo suas vidas com práticas que destroem seu corpo e sua mente. E não é só isso, vemos uma proliferação de igrejas corruptas, seitas apóstatas e crentes que ao verem tais situações se omitem. Muitos de nós pensamos: “é o fim dos tempos! É o sinal!” e não fazemos nada para mudar a situação, Afinal, é esta a vontade de Deus e estes são os teus planos! Eu também pensava assim, mas será que esta forma de pensar está correta?Desde o dia em que Jesus subiu aos céus, as pessoas aguardam ansiosamente a sua segunda vinda! Já se perdeu as contas de quantas vezes agendaram a segunda vinda (geralmente o fazem nos finais de século e milênio...)! Afinal, por que tanta vontade de ver Cristo novamente? Simples, desde Adão o mundo vive em uma “disposição mental reprovável” (Rm 1:28~32), de tal forma que sempre houve pecado, morte e desespero. Ao ver isto a igreja deve sim clamar por Cristo! Mas não devemos apenas clamar por Cristo, mas devemos também seguir o seu mandamento de sermos “Sal na terra” e “Luz no mundo”.

Ao ler um pouco sobre o ministério de Calvino em Genebra, no livro “Venha o Teu reino”, pude refletir um pouco sobre o mandamento de ser sal na terra. Conhecemos Calvino muito por sua brilhante teologia, mas pouco o conhecemos pelos seus feitos em Genebra. Vejamos primeiro como era a Genebra pré-calvino: Uma igreja corrupta, que literalmente vendia a salvação, uma situação desesperadora na área social e na área econômica e ainda havia a possibilidade de uma invasão a qualquer momento. Assim como hoje, e como sempre, o pecado reinava em todas as áreas da vida, e a apostasia era talvez, maior que a de hoje. Calvino simplesmente restaurou Genebra. Seu instrumento? A Palavra de Deus! Através das conversões, as pessoas ficaram mais interessadas em ler a palavra de Deus, de forma que as pessoas não só aprenderam a ler como ensinaram os seus filhos a ler e a perseverar nos caminhos de Deus.

Calvino erradicou a pobreza com propostas de distribuição de reino, e fixando a taxa de juros para 4%. Seu ministério foi marcado pela dissociação entre o estado e a igreja, sendo desta forma, um dos primeiros a efetivamente “instaurar” um estado laico (bem diferente do estado moderno, concordo). 

Ele ensinou as pessoas sobre como o evangelho é integral e faz parte de todas as áreas da vida, ensinando que Deus concedeu a cada um a sua vocação, e que cada trabalho é feito para a glória d’Ele, colocando em prática o que mais tarde seria chamado de ética protestante. As pessoas foram ensinadas a se defender, ao mesmo tempo que foram ensinadas que somente o Senhor dos senhores é que pode defendê-los! Calvino conseguiu resolver, no território de Genebra, muitos problemas que a maioria dos Humanistas e secularistas perdem o sono tentando resolver!

É claro que a estadia de Calvino como pastor de Genebra foi marcada de erros e acertos, e nem tudo durante o seu ministério foi bom. Mas é inegável o progresso que a cidade teve, e que o caso de Genebra foi um exemplo maravilhoso da transformação que a palavra de Deus e a atuação do Espírito Santo podem fazer em uma sociedade inteira!

Genebra foi a luz da Europa, brilhando em cima do monte, como a primeira cidade totalmente reconstruída sobre a égide do evangelho!Hoje em dia vemos a sociedade em decadência e pensamos é sinal do fim dos tempos, não tem mais concerto – A mesma desculpa dada por muitos cristão na época da reforma. Devemos ao exemplo de Calvino, ver a situação do mundo atual e clamar por Cristo, mas não apenas clamar, mas também Agir por Cristo. Devemos seguir o exemplo de Calvino e tentar reformar a nossa sociedade e a nossa igreja no Evangelho de Cristo! É possível? Com um mandamento de Deus de sermos sal e luz, e com o Espírito Santo ao nosso lado, quem poderá dizer que é impossível?
Fontes: Venha o Teu reino, da editora Jocum. Calvino e a resistência ao estado, de Armando A. Silvestre, editora Mackenzie.


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