OS
CINCO SOLAS DA REFORMA
Em
primeiro lugar, a fé e a pratica reformada reafirma os famosos cinco
“solas” que a principio foram formulados
pelos luteranos como expressão condensada da grande reforma realizada por
Martinho Lutero no século XVI.
Os
cinco “solas” da reforma também chamados de “Declaração de Cambridge” se resume
em: “Sola Scriptura – Somente as
Escrituras, Sola Fide – Somente pela Fe, Solus Christus – Somente Cristo, Sola
Gratia – Somente a Graca, Soli Deo Gloria – Somente gloria a Deus.
A
palavra latina Solas significa “somente”. Os reformadores definiram cinco lemas
usando essas palavras e suas variações.
A
Fé Reformada que é a mesma fé apostólica busca manter corretamente entendido o
ensino integral das Sagradas Escrituras. Não temos espaço aqui para desenvolver
as ênfases específicas da Fé Reformada.
1.
SOMENTE
AS ESCRITURAS – SOLA SCRIPTURA
A Bíblia antes da
reforma religiosa do século XVI era conhecida somente pelos estudiosos da
Igreja Católica que a utilizavam como bem entendiam. A Igreja defendia praticas
totalmente estranhas a Palavra de Deus ensinado “doutrinas que são preceitos de
homens” (Mc 7.7). O movimento da Reforma disse “não” a esse procedimento da
Igreja Romana e afirmou Sola Scriptura, ou seja, somente cremos e praticamos o
que a Bíblia ensina, somente a Bíblia deve ser a nossa regra de fé e pratica.
Os reformadores se empenharam em traduzir a Bíblia para que todas as pessoas
tivessem acesso a ela e pudessem julgar os ensinos da Igreja por meio do
próprio estudo da Palavra. Muitas vezes não dar-se o devido valor ao fato de
hoje termos a facilidade da Palavra de Deus impressa em nossa própria língua e
não a estuda-se tanto quanto deve-se. Lembre-se: devemos ser guiados somente
pelas Escrituras.
Confissão De Fé De Westminster confirmando este ponto da
Reforma protestante, no Capítulo I sobre as
- Da Escritura Sagrada diz:
I. Ainda que a luz da
natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a
bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis,
contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua
vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos
tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua
vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais
seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e
malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda.
Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos
modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.
Referências - Sal. 19:
1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb.
1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II
Pedro 1: 19.
II. Sob o nome de
Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros
do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração
de Deus para serem a regra de fé e de prática.
A Confissão de Fé Belga
em meio à muita resistência da Igreja Romana na época publicou: “Cremos e
confessamos que a palavra de Deus não foi enviada nem produzida "por
vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo", como diz o apóstolo Pedro (2 Pedro 1:21). Depois, Deus, por seu
cuidado especial para conosco e para com a nossa salvação, mandou seus servos,
os profetas e os apóstolos, escreverem sua palavra revelada. Ele mesmo escreveu
com o próprio dedo as duas tábuas da lei. - (CFB-ART. 3).
A Bíblia é a revelação
da vontade e da pessoa de Deus. “o homem não vive só de pão, mas de tudo o que
sai da boca do Senhor” (Dt 8.3). Mas as pessoas tentam por natureza viver de
pão apenas sem aquela Palavra; eles tentam viver pela sua própria sabedoria
(cf. Sl. 36.1-4). A verdade, entretanto, é que homem nenhum pode viver sem a
luz da revelação especial de Deus. Isto era verdade para o primeiro homem
criado, Adão, mesmo antes de ele cair em pecado ao negar a luz de Deus e
desobedecê-LO. Adão, embora criado perfeito e com a lei de Deus inscrita em seu
coração, mesmo assim necessitava de que uma luz exterior brilhasse sobre ele
para habilitá-lo a andar de acordo com as ordens de Deus. Adão ainda
necessitava de que Deus falasse com ele. Ele sabia muito, em virtude de ter
sido feito à imagem de Deus, mas ainda necessitava da voz divina. E é também
assim com todos os descendentes de Adão, gostem eles ou não de ouvir isto. Em Romanos
1.21, o apóstolo Paulo faz a surpreendente afirmação de que por natureza todos
sabem a respeito da existência e poder de Deus devido ao Seu trabalho na
criação do universo, e ainda assim rejeita e despreza essa luz que eles têm.
Desde a queda da humanidade, a vontade humana foi grosseiramente pervertida.
Cada um de nós, afastados da ação salvadora de Deus, quer seguir seu próprio
caminho, ao invés do caminho de Deus. Este caminho, expresso na lei de Deus, é
parte do íntimo do nosso ser. Ninguém pode escapar da consciência, a qual gera
uma constante atividade de acusar ou desculpar. Mas a linha básica é que,
afastados do trabalho regenerador de Deus, todos nós odiamos a lei de Deus
porque somos descendentes do Adão caído (cf. Jo 3.19-20). Conseqüentemente,
nossa única esperança é o Evangelho. Após declarar que o homem ama a escuridão,
Jesus disse “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que seja
manifesto que as suas obras são feitas em Deus.” (Jo 3.21). As Escrituras
Sagradas são “indispensáveis” porque somente através dela vem “aquele
conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação” (Confissão de
Fé de Westminster I.1).
Os cristãos precisam da Bíblia continuamente.
Disse Jesus “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus
discípulos;” (Jo 8.31).
Por outro lado, os
crentes mostram-se serem felizes portadores da graça de Deus ao obedecer a Sua
Palavra e andar na Sua luz.
A Bíblia está livre de
erros, uma vez que foi entregue pelas mãos de Deus. O salmista diz o seguinte:
“A lei do Senhor é perfeita... Os estatutos do Senhor são dignos de
confiança... Os preceitos do Senhor são justos... O temor [objeto de
referência, chamado, a Palavra de Deus] do Senhor é puro” (19:7-9). A ultima
característica significa “sem defeito”. Será que nós imaginávamos de outra
forma, sabendo que a Bíblia é o sopro de Deus? (Ref. 2 Tim. 3:16, “Toda
escritura é inspirada por Deus” e 2 Pe. 1:21, “Pois a profecia nunca teve sua
origem na vontade humana, mas os homens falaram de Deus sendo levados pelo
Espírito Santo.”- O verbo grego para “sendo levados” algumas vezes descreve o
efeito que o vento faz em um barco a velas.). A Bíblia não caiu do céu. Homens
escreveram, mas com sua forma de escrita, com toda variedade de vocabulário e estilo
próprio, o Espírito Santo, pela sua palavra e exposição, foi determinante para
o resultado da Palavra. Os autores humanos foram levados pelo seu poder,
assegurando que o produto seria sem defeito. Conseqüentemente, como a Fé
Reformada insiste, a Bíblia é infalível e absolutamente digna de confiança.
A Bíblia é clara e isso
é fruto de sua inerrância. Salmo 19:8 diz, “Os mandamentos do Senhor são
radiantes, trazendo luz aos olhos.” A analogia (trazer luz) é: sem mácula,
pura, que não se mistura com outro material conflitante ou controverso. A
Bíblia não seria clara se houvesse uma mistura de verdades e erros. Isso não
quer dizer que tudo o que contém na Bíblia está igualmente formado. Existem
doutrinas nas Sagradas Escrituras que confundem a mente. Nos sabemos o que a
doutrina da Trindade não significa (a igreja primitiva gastou centenas de anos
para definir as “explicações”!). Nós sabemos como a Bíblia nos apresenta esse
assunto: existe um só Deus; esse Deus único existe em três pessoas; cada pessoa
é distinta. As crenças reformadas não declaram poder esclarecer isto. Mas eles
firmemente crêem nisto. Não há uma necessidade para que “experts” no assunto,
nos guiem através “caminhos obscuros”. Pois como diz nossa confissão de fé: “Na
Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo
evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e
observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão
claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos,
no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão
delas.” (CFW, I-7).
Para facilitar a compreensão do leitor elaboramos um
questionário com perguntas e respostas, o qual segue:
1) O que é a Bíblia e
qual o significado?
É um conjunto de livros. Significa que a reunião de vários
livros em um só.
2) O que são as Santas
Escrituras?
É a Palavra revelada
por Deus a homens por inspiração divina
3) O que é Canon
Sagrado?
Medida certa. Isso
significa que tomada no contexto cristão são todos os livros totalizados para
fazer parte da Escritura Sagrada, ou seja, da Bíblia
4) Em que língua foi
escrita a Bíblia e quem traduziu para o
português?
A Bíblia originalmente
foi escrita em Hebraico o Velho Testamento e o Novo em Grego. Ela foi traduzida
para o português pela primeira vez por João Ferreira de Almeida em 1681.
5) Quem traduziu os
primeiros tetextos originais da
Bíblia?
Jerônimo, ou São
Jerônimo como é conhecido em 400 AD.,
traduziu dos originais grego e hebraico para o latim, chamado também de
vulgata latina
6) Existe diferença
entre a versão católica romana para a Bíblia Evangélica?
Não, porem existe na
Bíblia católica um acréscimo de sete livros do Velho Testamento, os quais foram
considerados pelos reformadores como apócrifos.
7) Quais os livros
acrescentados pela Igreja Romana e por que acrescentaram?
Tobias,
Judite, Macabeus I e II, Sabedoria, Baruc e Eclesiástico. São livros históricos
e poéticos, nos quais existem muitas passagens que defendem tradições católicas
romanas, como ensino sobre anjo da guarda Rafael em Tobias e oração pelos
mortos em Macabeus. A Igreja Católica acrescentou esses livros ao Canon no
concílio de Trento, no dia 15 de abril de 1546
8) Qual é o ensino
fundamental da Bíblia?
Revelar
o Plano eterno e salvífico em Cristo. Mas para o homem não regenerado, são como
a luz para o cego (Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana- ver CM pergunta 5 e
Breve Catecismo, perguntas 2 e 3)
9) O que é inspiração e
como ela se deu para escrever as Santas Escrituras?
Influência supernatural
ou supranatural do Espírito de Deus, agindo nos espíritos dos escritores
sacros, chamada ‘inspiração’; o qual os acompanhou uniformemente em tudo quanto
escreveram. (Ver CF item II)
Há
de explicar um pouco porque a Bíblia das edições católicas romanas existem sete
livros a mais das Bíblias das edições protestantes.
A
pergunta de número (7) sete do nosso questionário sobre as Escrituras já nos dá
uma pista muito clara do acréscimo. Mas cabe aqui uma explicação. A.A. Hodge ao
explicar esta parte da confissão de fé diz:
“Esses livros não têm direito a um lugar no cânon, prova-se pelos
seguintes fatos: (1.) Nunca fizeram parte das Escrituras hebraicas. Sempre
foram rejeitados pelos judeus, a quem foi confiada a guarda das Escrituras do
Velho Testamento. (2.) Nenhum deles jamais foi citado por Cristo ou pelos
apóstolos. (3.) Jamais fizeram parte da lista dos livros canônicos feita pelos
Pais antigos; e mesmo na Igreja Romana, sua autoridade não foi aceita pelos
homens mais eruditos e piedosos, até após a elaboração de um artigo de fé pelo
Concílio de Trento, final do século dezesseis. (4.) A evidência interna
apresentada por seu conteúdo refuta suas reivindicações. Nenhum deles justifica
qualquer argumento em favor da inspiração; ao contrário, o melhor deles a
elimina. Alguns deles consistem de fábulas pueris e inculcam maus costumes”.
(HODGE: 1998, p.10).
Falando sobre os
Apócrifos diz Reverendo Adão Carlos, (São Paulo: CEP, 1990, p.4):
16. Por que a Bíblia “católica” tem 7 livros a
mais do que a “nossa” Bíblia?
R. Porque o concílio de
Trento, no dia 15 de abril de 1546, anexou, por decreto, esses livros à Bíblia.
Nós não aceitamos e a “nossa” Bíblia não os tem porque eles não tem em as evidências externas nem as evidências
internas de que são inspirados por Deus. A Igreja Católica Romana nos acusa de
termos retirado 7 livros das Escrituras. No entanto, foi ela que os acrescentou
à Bíblia, no concílio de Trento. Este concílio foi “a contra reforma”.
Para conclusão deste capítulo vale aqui as observações e comentários
de A.A. Hodge:
“Que as Escrituras contêm um sentido tão claro, que tudo quanto é
necessário ao homem saber, seja para sua salvação, seja para guiá-lo em seus
deveres práticos, pode-se aprender dela; e - Que elas são destinadas ao uso
pessoal, e são adaptadas à instrução tanto do indouto quanto do douto. Os
protestantes admitem que muitas das verdades reveladas nas Escrituras, por sua
própria natureza, transcendem a compreensão humana, e que muitas profecias
permanecem intencionalmente obscuras até que sejam esclarecidas pelo seu
cumprimento na evolução da história. Não obstante, os protestantes afirmam, e
os romanistas negam – (1.) Que cada artigo essencial de fé e regra de prática
pode ser claramente deduzido da Escritura; e (2.) Que pode-se seguramente
admitir que cada cristão particular e inculto interprete pessoalmente a
Escritura. Em contrapartida, é verdade que, com o avanço histórico e crítico do
conhecimento, e por meio das controvérsias, a Igreja como uma comunidade tem
feito progresso na acurada interpretação da Escritura e na plena compreensão de
todo o sistema de verdade ali revelado”. (IBID: 1998, p. 16).
Uma
das frases célebres que marcou a vida do reformador Martinho Lutero foi: “Da
mesma forma como vamos até o berço tão-somente para encontrar um bebê, também
recorremos às Escrituras apenas para encontrar Cristo”. Neste sentido, o primeiro passo do progresso
na vida do crente é encontrar na Bíblia a salvação em Cristo. Por outro lado, a
única fonte visível desta certeza da salvação em Cristo é encontrada na Bíblia.
Além disso, temos as promessas e garantias que são feitas por Deus. Os cristãos
precisam tê-las gravadas em suas mentes. E foi para isto que a bíblia foi
escrita. Na epístola de João vemos:
“Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para
que vocês saibam que têm a vida eterna.” (1João 5.13).
Um
dos mais importantes sermões de John Wesley
sobre a Bíblia ele diz: “Quero conhecer uma coisa: o caminho para o
céu... O próprio Deus dignou-se a ensinar o caminho... Ele o escreveu em um
livro. Oh, dá-me esse livro! A qualquer preço, dá-me o livro de Deus!”.
O
estudo e leitura da Palavra de Deus são tão importantes para o progresso na
vida do crente que o próprio Jesus afirmou: “Se vocês permanecerem em mim e as
minhas palavras em vós pedirão o que quiserem, e lhes será concedido”. (João
15.7). Isto significa que a leitura e o estudo da Palavra de Deus é o modo em
que a Palavra de Deus permanece em nós, concedendo-nos poder na oração, no discernimento e familiarização
com a vontade de Deus para nossa vida.
Infelizmente
a maioria dos cristãos crê que estão “ocupados demais” nos seu dia-a-dia, para
revigorarem a mente com a Palavra de Deus. O que não percebem é que ter tempo é
uma questão de estabelecer prioridades e preferência, e que em longo prazo, um
momento devocional não custaria nada,
pois o restante do dia será com certeza mais proveitoso, do que se
negligenciasse a leitura bíblica.
Portando
reserve parte do seu tempo diário para leitura, meditação e estudo da Palavra,
pois certamente você terá muito progresso na sua vida.
Assim,
podemos concluir com alguns jargões que são reais em seus significados: leia a
Bíblia para ser sábio, creia na Bíblia para ser salvo, pratique a Bíblia para
ser santo.
Deus
deixou sua Palavra, a Bíblia Sagrada ao seu povo para que, por meio dela seu
povo viesse a alimentar-se espiritualmente. Da mesma forma como Deus enviava o
pão dos céus ao israelitas quando peregrinavam em direção à terra prometida,
hoje o Senhor continua enviando alimento espiritual, através de sua palavra
enquanto peregrinamos nesta terra em direção ao lar celestial.
Abaixo seguem-se sete motivos para
nós, cristãos lermos sua Palavra a cada dia.
1. Ela nos tornará
cristãos mais fortes
Ninguém deseja ser fraco, quer seja
física ou espiritualmente. Os “jovens” de 1João 2.14 já não eram mais
“filhinhos”, eram fortes, porque a Palavra de Deus permanecia neles e eles
haviam vencido o maligno. Isto significa que haviam se alimentado da Palavra de
Deus e não estavam mais sendo constantemente derrotados pelo pecado e pelas
tentações. Existe somente um modo para se crescer e fortalecer-se
espiritualmente: a leitura e o estudo da Palavra de Deus.
Geralmente as pessoas que fracassam
espiritualmente têm um denominador em
comum: a negligência da leitura da Palavra de Deus. Todos estes fracassos (e
conseqüente infelicidade) poderiam ter sido evitados, se houvessem aprendido a
ler e estudar a Palavra de Deus constantemente.
2. Ela nos dará certeza
da salvação
A primeira necessidade de um cristão é adquirir certeza
absoluta de sua salvação. Ela as vezes parece boa demais para ser verdade. Por
isso uma das primeiras dificuldades que um novo convertido encontra, depois que
se afasta um pouca da pessoa que o conduziu a Cristo, é abrigar algumas dúvidas
a respeito da salvação. A única fonte visível desta certeza é a Bíblia. Mas de
que vale ela, se ele não a lê? As promessas e garantias que são feitas por Deus
serão de pouco valor, se permanecerem encerradas entre as páginas da Bíblia. Os
cristãos precisam tê-las gravadas em suas mentes. E foi para isto que a bíblia
foi escrita. Notemos 1João 5.13:
“Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para
que vocês saibam que têm a vida eterna.”
O cristão que tem uma certeza
sólida que é filho de Deus, que Ele é o seu Pai celestial, possui as bases para
viver uma vida cristã sadia. A grande maioria das pessoas que vivem
sobrecarregadas de temores, preocupações e outras fraquezas emocionais,
geralmente não em certeza da salvação e de que Deus está cuidando dela. Ninguém
poderá ter certeza das coisas de Deus enquanto se limitar aos seu próprios
pensamentos, pois como a Bíblia ensina, o conceito de Deus não vem pelo muito
pensar, mas pela “sabedoria de Deus” - a Bíblia (1Co 1.21). A Bíblia também
afirma que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e incorrigível.
Quem o entenderá? (Jr 17.9). Se alguém deseja a certeza da salvação, então deve
começas a ler a Bíblia regularmente - é a única fonte de onde pode-se obtê-la.
3. Ela nos dará
confiança e poder na oração
Quando você se torna um cristão,
passa a ter um relacionamento com Deus, e esse relacionamento inclui um
diálogo. Mas como sabemos que Ele nos ouve? Porque Ele afirma em sua Palavra,
em inúmeros textos. A passagem de 1João 5.14,15 ensina que podemos orar com a
confiança de que Ele nos ouve. Em João 15.7 o Senhor Jesus promete: “Se vocês
permanecerem em mim e as minhas palavras em vocês, pedirão o que quiserem, e
lhes será concedido”. Isto significa que a leitura da Palavra de Deus (que é o
modo que a Palavra de Deus permanece em nós) nos concede poder na oração, pois
ao estudarmos sua Palavra, ficamos familiarizados com a vontade de Deus, e
consequentemente aprendemos a orar com eficácia.
4. Ela
nos capacitará a testemunharmos de nossa fé
A maioria das pessoas que encontramos,
desconhecem quase que totalmente os conceitos bíblicos. Muitas têm dúvidas ou
indagações, e precisam de orientação de alguém que conheça a Bíblia. Atualmente
a maioria dos cristãos, são superficiais com relação ao conhecimento da Palavra
de Deus, desta forma, isto gera também um testemunho superficial. É dever de
todo cristão ter um conhecimento básico da Palavra de Deus e saber
explicá-la. Como sua Palavra nos diz:
“...estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão
da esperança que há em vocês, fazendo-o todavia com mansidão e temor” (1 Pe
3.15,16). O único modo de responder ao que nos indaga e ao que zomba ou ao
pesquisador sincero que busca o conhecimento da verdade, é nos prepararmos por
meio da leitura e estudo diário da Bíblia.
Ninguém pode transmitir aos outros
aquilo que não sabe. Quase todo o crente dar fruto, e testemunhar de Cristo a
outros de maneira positiva, mas isto é totalmente impossível se ele não tiver,
pelo menos, um conhecimento elementar da Palavra de Deus. A Bíblia afirma que o
Espírito Santo nos fará lembrar da Palavra de Deus no momento oportuno (Jo
14.26), porém como o Espírito nos lembrará daquilo que não lemos?
5. Será uma garantia de
sucesso e nos orientará nas decisões da vida.
Todo mundo quer ter sucesso na
vida. É por isso que os livros que ensinam como vencer na vida são tão
populares hoje em dia. Ninguém leria um livro que ensinasse a fracassar. Há uma
interessante passagem bíblica em Josué 1.8: “Não cesses de falar deste livro da
lei; antes media nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a
tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem
sucedido”. A meditação diária da Palavra de Deus produz sucesso. E certamente
assim aconteceu com Josué.
A Bíblia também nos orienta a
tomarmos decisões com sabedoria, conforme o Salmo 119.105: “Lâmpada para os
meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho”. Os princípios de Deus nos
servem de guia, quando temos de tomar decisões.
Examinando o Salmo 1, encontramos a
fórmula para uma vida bem sucedida: “bem aventurado o homem que não anda
segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta à roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na lei do Senhor, e
na sua lei medita dia e noite. Ele é como árvore plantada junto à corrente de
águas, que no devido tempo, dá o seu fruto, cujas folhas não caem. Tudo o que
fizer prosperará”.
Infelizmente a maioria dos cristãos
crêem que estão “ocupados demais” nos seu dia-a-dia, para revigorarem a mente
com a Palavra de Deus. O que não percebem é que ter tempo é uma questão de
estabelecer prioridades e preferência, e que a longo prazo, um momento
devocional não custaria nada, pois o
restante do dia será com certeza mais proveitoso, do que se negligenciasse a
leitura bíblica.
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