segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CALVINISMO - POLITICA E ESTADO

CALVINISMO – POLITICA E ESTADO Abraham Kuyper foi um grande pesquisador de Calvino de todos os tempos. Este Teólogo, Pastor e político não se limitou ao seu trabalho paroquial na Igreja Reformada da Holanda, mas influenciou o Parlamento como Primeiro Ministro. Kuyper com seu rigor acadêmico, estudou Calvino alem da perspectiva exegética. Entendeu que Calvino com o seu ensino acerca do reino de Deus trazia a idéia de que a Igreja abrange todas as áreas, especificamente o governo civil. No seu clássico sobre “O Calvinismo”, Kuyper diz que Calvino abomina a religião limitada ao gabinete, à cela ou à igreja. Como o salmista, ele invoca o céu e a terra, convoca todas as pessoas e nações a dar glória a Deus. Diz mais: “Deus está presente em toda vida com a influência de seu poder onipresente e Todo-Poderoso e nenhuma esfera da vida humana é concebida na qual a religião não sustente suas exigências para que Deus seja louvado, para que as ordenanças de Deus sejam observadas, e que todo labor seja impregnado com sua ora em fervente e contínua oração”. Outro grande pensador que mencionou a visão política de Calvino nos seus escritos foi o filósofo Rousseau. No Contrato Social, assim se referiu a Calvino: “Os que consideram Calvino somente um teólogo não conhecem bem a extensão de seu gênio. A redação de nossos sábios editos, da qual participou ativamente, honra-o tanto quanto sua Instituição. Qualquer que seja a revolução que o tempo possa trazer a nosso culto, enquanto o amor à pátria e à liberdade não se extinguir entre nós, jamais a memória desse grande homem deixará de ser abençoada”. É salutar dizer que Calvino não criou e nem quis criar uma teoria política. Sua preocupação era a de formar bons cidadãos e pessoas preparadas para o governo civil a partir das Escrituras, e, que estas pessoas expressassem a gloria de Deus em qualquer área da sociedade. Para Calvino, as Sagradas Escrituras oferecem-nos o escopo de nosso pensar e agir em todas as áreas inclusive no governo civil ou Parlamento. Tal era a ênfase de Calvino nas Escrituras e na Soberania de Deus que levou muitos governantes a promoverem a liberdade civil e política na França, Holanda, Inglaterra, e Escócia. Weber, Leith, Tawney, Biéler, Schaff, Skinner, Kuyper, são unânimes em dizer que o pensamento calvinista influenciou as democracias da América e da Europa criando uma concepção de Estado Moderno que perdura até hoje. A despeito destas interpretações, veja o que Biéler diz sobre o que Calvino pensava da política ou do Estado: “[...] não é, pois, um mal necessário, mas um instrumento da providência divina”. (André Biéler, O Pensamento Econômico e Social de Calvino, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 369). Rev. Mauro Ferreira

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO DA IPB

“A Deus pertence com exclusividade o governo de sua Igreja”. [João Calvino, Gálatas, São Paulo: Paracletos, 1998, (Gl 1.1), p. 22]. Existem pelo menos três tipos de governo no mundo cristão. 1º O Episcopal, cujo o principio é que um governa todos. A própria palavra já diz, ou seja, composto por bispos hierarquicos. É o governo da Igreja Católica, Aglicana e algumas igrejas evangélicas. 2º O Congregacional, cujo principio basico é que todos governam. Tudo é resolvido em assembleia da Igreja, até mesmo a disciplina dos membros. É o modelo da maioria de igrejas batistas e pentecostais. O 3º Presbiterial, cujo principio básico é que alguns governam todos com delegação da comunidade. Alguns governam quer dizer que: Os presbiteros eleitos pela comunidade são os representantes diretos do povo que os elegeram. Este último é o nosso sistema. Cremos que este modelo tem respaldo maior nas Escrituras e é o mais democrático. Ver: Atos 11:30; 14:23; 15:2,4,6,22. Governo Presbiteriano: O governo da Igreja Presbiterianar como o p´roprio nome ja diz é presbiterial. É aquele composto na coletividade por pastores e presbiteros. Na Igreja local é exercido pelo Conselho, formado pelo Pastor, e pelos Presbíteros eleitos pela assembléia da Igreja. Sob a supervisão do Conselho, funciona a junta Diaconal, constituída de todos os Diáconos da Igreja, também eleitos pela assembléia da Igreja. Os diáconos cuidam da assistência social promovida pela Igreja e da ordem do culto, do Templo e suas dependências. Acima do Conselho local estão os demais Concílios da Igreja: Presbitério, Sínodo e Supremo Concílio. Vale aqui algumas observações da CF e da CI/IPB Artigo 3º- O poder da igreja é espiritual e administrativo. (ver §2º do mesmo art.). Pela constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil, o sistema presbiteriano de governo é constituído por uma ordem de presbíteros cuja a origem é bíblica e vem se mantendo desde os primórdios de nossa igreja, sem sofrer modificações. O conselho da igreja é constituído pelos presbíteros, que são os ligítimos representantes do povo e responsáveis pelo legado administrativo e junto com o pastor, pelo legado espiritual da igreja. Vocação/Qualidades: Artigos 108 e 109- Vocação para o ofício na igreja é a chamada de Deus, pelo Espírito Santo, mediante o testemunho interno de uma boa consciência e a aprovação do povo de Deus por intermédio de uma eleição. Ver: (1Tm 3.1-13; Tito 1.5-9; 1Pe 5.1-4). Para escrever sobre este assunto no contexto da Igreja Presbiteriana, é primeiramente necessário recorrermos às Santas Escrituras, sobre a importância dos oficiais na Igreja de Deus. Estes oficiais foram instituídos para o aperfeiçoamento dos santos, bem como no cumprimento do seu serviço de Deus na Igreja (Ef. 4:11). Por outro lado, é um oficio para realizar um trabalho especificamente separado como fora dos levitas no Antigo Testamento. Pessoas com temperamento autocrático são desqualificadas para liderança. As igrejas ou organizações cristãs quase sempre passam por alto este princípio. Suponha que chegue um homem com características naturais de liderança. Com certeza ele é um pouquinho arrogante. Gosta de controlar. Talvez, às vezes, ele exagere um pouco, mas o que é que tem? Ele tem "liderança". Deste modo ele obtém autoridade na organização. Resultado: pessoas feridas. Perdem-se boas pessoas que recusam ser o alvo de tal arrogância. A liderança cristã enfoca mais em ajudar a outros que em mandar em outros. É uma vida dedicada ao serviço. Infelismente, a honra que levam os ofícios eclesiásticos atrai a muitos. Mas se as honras é sua motivação, estas pessoas terminam como líderes negligentes, mais preocupados com seu status que pelo bem-estar das pessoas, ademais do dano que fazem a si mesmos. Em suma: Nem a habilidade natural da liderança nem a experiência nos negócios, nas empresas, no serviço público, nas forças armadas, na política secular, ou mesmo nos perfis psicológicos, são indicadores finais de que um homem deve ser um candidato para os ofícios cristãos ou liderança cristã. Se ele mantém atitudes autocráticas, pensa hierarquicamente ou tende usurpar o poder de liderar dado pelo Senhor Jesus Cristo, neste sentido, ele está desqualificado como candidato, a pesar de outras considerações. Louis Berkhof (1994, p.599), acentua que: “Os oficiais da igreja recebem sua autoridade de Cristo, e não dos homens, mesmo que a congregação sirva de instrumento para instalá-los no ofício”. Todas as confissões da Igreja pós-reforma sempre primaram pela ordenação de seus oficiais tento sempre como pressuposto de que os ofícios são vocações santas e necessárias para a Igreja em todos os tempos, pois foi através disso que Deus tratou com os homens. Nesta perspectiva a Segunda Confissão Helvética (1562-1566), no capítulo XVIII, falando sobre os ministros da Igreja, declara: É verdade que Deus poderia, pelo Seu poder, sem qualquer meio, congregar para Si mesmo uma Igreja de entre os homens; mas Ele preferiu tratar com os homens pelo ministério de homens. Por isso os ministros devem ser considerados não como ministros apenas por si mesmos, mas como ministros de Deus, visto que por meio deles Deus realiza a salvação de homens. Base na Constituição da Igreja: Art.25 - A Igreja exerce as suas funções na esfera da doutrina, governo e beneficência, mediante oficiais que se classificam em: a) ministros do Evangelho ou presbíteros docentes; b) presbíteros regentes; c) diáconos. § 1º - Estes ofícios são permanentes1, mas o seu exercício é temporário. § 2º - Para o oficialato só poderão ser votados homens maiores de 18 anos e civilmente capazes. Art.26 - Os ministros e os presbíteros são oficiais de Concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil; os diáconos, da Igreja a que pertencem. Art.27 - O ministro é membro ex-officio do Presbitério, e do Conselho, quando pastor da Igreja: do Sínodo e do Supremo Concílios, quando eleito representante; o Presbitério é membro ex-officio do Conselho e dos Concílios Superiores, quando eleito para tal fim. Art.28 - A admissão a qualquer ofício depende: a) da vocação do Espírito Santo, reconhecida pela aprovação do povo de Deus; b) da ordenação e investidura solenes, conforme a liturgia. Art.29 - Nenhum oficial pode exercer simultaneamente dois ofícios, nem pode ser constrangido a aceitar cargo ou ofício contra a sua vontade. Os pastores, presbíteros e diáconos, são constituídos por Deus para a preservação do rebanho. Pastores Na Igreja Presbiteriana do Brasil os pastores são chamados de Presbíteros Docentes, como também são chamados de Ministros da Palavra e dos Sacramentos. Na perspectiva de João Calvino a vocação ministerial é, tanto um grande privilégio, como também uma grande responsabilidade, diz: Entre tantos dotes preclaros com os quais Deus há exortando o gênero humano, esta prerrogativa é singular: que digna a Si consagrar as bocas e línguas dos homens, para que neles faça ressoar Sua própria voz. Deus nos recebe em seu serviço, inclusive a nós que somos somente pó diante de Sua presença, que somos totalmente inúteis; nos dá uma missão honrosa de levar Sua Palavra, e quer que seja entregue com toda autoridade e reverência. Quando Deus resolve, por si mesmo, levar avante as coisas, ele nos toma, seres insignificantes que somos, como seus auxiliares e nos usa como seus instrumentos. Deus mesmo nos capacita para o exercício de nossa vocação: .Sempre que os homens são chamados por Deus, os dons são necessariamente conectados com os ofícios. Pois Deus não veste homens com máscara ao designá-los apóstolos ou pastores, e, sim, os supre com dons, sem os quais não têm eles como desincumbir-se adequadamente de seu ofício. ( John Calvin, .Commentary on the Prophet Haggai,. John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 1998), (Ag 1.12). Base na Constituição da Igreja Presbiteriana Seção 2ª - Ministros do Evangelho Art.30 - O Ministro do Evangelho é o oficial consagrado pela Igreja, representada no Presbitério, para dedicar-se especialmente à pregação da Palavra de Deus, administrar os sacramentos, edificar os crentes e participar, com os presbíteros regentes, do governo e disciplina da comunidade. Parágrafo Único - Os títulos que a Sagrada Escritura dá ao ministro, de Bispo, Pastor, Ministro, Presbítero ou Ancião, Anjo da Igreja, Embaixador, Evangelista, Pregador, Doutor e Despenseiro dos Mistérios de Deus, indicam funções diversas e não graus diferentes de dignidade no ofício. Art.31 - São funções privativas do ministro: a) administrar os sacramentos; b) invocar a bênção apostólica sobre o povo de Deus; c) celebrar o casamento religioso com efeito civil; d) orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor. Art.32 - O ministro, cujo cargo e exercício são os primeiros na Igreja, deve conhecer a Bíblia e sua teologia: ter cultura geral; ser apto para ensinar e são na fé; irrepreensível na vida; eficiente e zeloso no cumprimento dos seus deveres; ter vida piedosa e gozar de bom conceito, dentro e fora da Igreja. Art.33 - O ministro poderá ser designado pastor-efetivo, pastor- auxiliar, pastor-evangelista e missionário. § 1º - É pastor-efetivo o ministro eleito e instalado numa ou mais Igrejas, por tempo determinado e também o ministro designado pelo Presbitério, por prazo definido, para uma ou mais Igrejas, quando estas, sem designação de pessoa, o pedirem aos Concílios. § 2º - É pastor-auxiliar o ministro que trabalha sob a direção do pastor, sem jurisdição sobre a Igreja, com voto, porém no Conselho, onde tem assento ex-officio, podendo, eventualmente, assumir o pastorado da Igreja, quando convidado pelo pastor ou, na sua ausência, pelo Conselho. § 3º - É pastor-evangelista o designado pelo Presbitério para assumir a direção de uma ou mais Igrejas ou de trabalho incipiente. § 4º - É missionário o ministro chamado para evangelizar no estrangeiro ou em lugares longínquos na Pátria. Art.34 - A designação de pastores obedecerá ao que abaixo se preceitua: a) O pastor-efetivo será eleito por uma ou mais Igrejas, pelo prazo máximo de cinco anos, podendo ser reeleito, competindo ao Presbitério julgar das eleições e dar posse ao eleito; b) O pastor-efetivo, designado pelo Presbitério nas condições do artigo anterior, § 1º in fine, tomará posse perante o Presbitério e assumirá o exercício na primeira reunião do Conselho; c) O pastor-auxiliar será designado pelo Conselho por um ano, mediante prévia indicação do pastor e aprovação do Presbitério, sendo empossado pelo pastor, perante o Conselho; d) O pastor-evangelista será designado pelo Presbitério diante do qual tomará posse e assumirá o exercício perante o Conselho, quando se tratar de Igreja; e) O missionário, cedido pelo Presbitério à organização que superintende a obra missionária receberá atribuição para organizar Igrejas ou congregações na forma desta Constituição, dando de tudo relatório ao Concílio. Art.35 - O sustento do pastor-efetivo e do pastor-auxiliar cabe às Igrejas que fixarão os vencimentos, com aprovação do Presbitério; os pastores-evangelistas serão mantidos pelos Presbitérios; os missionários, pelas organizações responsáveis. Art.36 - São atribuições do ministro que pastoreia Igreja: a) orar com o rebanho e por este; b) apascentá-lo na doutrina cristã; c) exercer as suas funções com zelo; d) orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus; e) prestar assistência pastoral; f) instruir os neófitos, dedicar atenção à infância e à mocidade, bem como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados; g) exercer, juntamente com os outros presbíteros, o poder coletivo de governo. Parágrafo Único - Dos atos pastorais realizados, o ministro apresentará, periodicamente, relatórios ao Conselho, para registro. Art.37 - Os ministros poderão ser designados para exercer funções na imprensa, na beneficência, no ensino ou em qualquer outra obra de interesse eclesiástico. Em qualquer destes cargos terão a superintendência espiritual dos que lhes forem confiados. Presbíteros O Presbítero Francisco Martins na magnífica obra (1959, p.23), falando sobre a terminologia usada no Novo Testamento diz: Os atenienses empregavam o "presbyteros" nas acepções mencionadas e o alternava com episcopos, este, porém, mais frequentemente, como governador civil, note-se, das regiões conquis¬tadas. Era um interventor, imposto aos povos do¬minados, para reorganizá-lo nas bases das nações vitoriosas. Ao "presbyteros", reservava-se fun¬ção mais elevada, mais transcendental, mais espiri¬tual tanto que Homero empregou o termo na "Ilíada" para nomear deuses! Não só os gregos, mas outros povos adotavam a dignidade presbiteral, com o nome de ancião, adaptado à sua língua, obviamente. Assim, os moabitas e os midianitas, segundo o pró¬prio testemunho bíblico. Em suma, o ofício de presbítero não tem nas¬cimento determinável, ninguém sabe quando apa¬receu. Ê de origem divina. É bíblico e está na Bí¬blia em retrato a corpo inteiro Quando Paulo alista as qualificações dos presbíteros, é importante o fato de ele ajuntar requisitos concernentes a traços do caráter e atitudes íntimas com requisitos que não podem ser preenchidos em curto espaço de tempo. A magnífica obra do Presbítero Francisco Martins (1959, p.8), traz uma definição de presbítero muito clara e objetiva. Ei-la: A palavra presbítero, amplamente conhecida na literatura, é a tradução literal do vocábulo grego “presbyteros” (sénior, no latim), que é o com¬parativo de superioridade de “présbys”, velho ou an¬cião. Conclue-se, assim, que, preliminarmente, o presbítero é um homem menos moço, com mais ida¬de do que o comum dos de um grupo ou congrega¬ção. Idade, no sentido de vida mental, vida moral e vida espiritual, experiência, mais mesmo, do que vida no tempo. Nessa acepção encontra-se a pala¬vra desde tempos imemoriais entre-1 o povo gre¬go, dando nome à função de patriarca de uma fa¬mília, ao chefe de um tribo e ao governador de re¬giões conquistadas. Em todos os casos citados é um homem em idade provecta exercendo função de cornando único. A afirmativa é importante, em vir¬tude da qualificação "'de tais homens, que eram es que mais tinham vivido, visto, ouvido e experimen¬tado. A Natureza e essência do Oficio O oficio do presbiterato é de natureza escriturística e, portanto é de essência divina, considerando que as Escrituras Sagradas são inspiradas e reveladas pelo próprio Deus por maio de homens separados para este fim. Entretanto, a própria Escritura delineiam princípios pelos quais regem a pratica do presbiterato. Nesta perspectiva, discorre o Presbítero Francisco Martins, (1959, p.11): Evidentemente, o ofício de presbítero é uma honra, uma distinção. Não se procura, ao escolher um candidato, um indivíduo em condições de exer¬cer a administração em todos os sentidos. Procura-se pessoa recatada, respeitável ou que tenha outras recomendações. Ê uma posição que enaltece. O presbítero ê alguém a se sobressair na comunidade. Não é, entretanto, mera honraria; o presbite-rato integra o oficial na vida administrativa da igreja em todos os seus variados setores. Destarte, devemos olhar o preshiterato com mais respeito e melhor compreensão, porque é, aci¬ma de tudo, uma investidura de natureza espiri¬tual. No presbiterato é preciso reconhecer interfe¬rências divinas. No exercício do cargo deve-se ver Deus executando a mais variada e a mais edificante tarefa, em favor do rebanho de Cristo. Por isso é necessário penetrar a fundo na na¬tureza do presbiterato para que se possa compreen¬dê-lo e, consequentemente, para que se possa exer¬cê-lo dignamente. Dentro de uma compreensão bíblica do oficio, o presbiterato pode ser entendido como um mandato divino que se exige o dar de si mesmo ao serviço do reino. Nesta perspectiva ser presbítero é ser servo dos servos de Deus. Diz o Presbítero Francisco Martins, (1959, p.17): O presbiterato é cargo para quem quer servir. Insistimos na opinião de que não é só honraria. Suas funções compreendem encargos difíceis e acu¬mulados, que exigem dedicação e trabalho constan¬tes e árduos. Podemos citar as seguintes propriedades deste ofício: a vocação divina, a legitimidade, o ajusta mento, direitos peculiares, consequências próprias e naturais. Poderíamos dizer que essas três: a vo¬cação, a legitimidade e o ajustamento são essencial¬mente primárias: as restantes são secundárias. A presença deste oficial na Igreja do Novo Testamento está em toda parte compondo os governos das Igrejas locais. (Atos 20:28; Filip. 1:1; Tim. 3:2; Tito 1 :7: I pedro 1:25). Naquelas Igrejas locais, o presbítero é arauto do governo e formava, com outros presbíteros, a câmara governativa de uma igreja (I Pedro 5:1; II João 1; III João 1) , todos do mesmo nível, dividindo entre si as funções. Timóteo e Tito eram presbíteros, delegados de Paulo e seus colaborados na grande obra de consolidação das Igrejas nascentes. O presbítero Pedro é apóstolo e o cargo hon¬ra de tal forma o apóstolo que êle prefere apresen-tar-se mais com o título de presbítero do que com qualquer outro; o mesmo aconteceu com o Apostólo João. O Apostolo Paulo está sempre com o presbítero, pois ''governo" (tarefa do presbítero) é parte da no¬menclatura sua ministerial (I cor. 12:28). A preocu¬pação do grande apóstolo era contagiar as equipes que formara, as quais deveriam emular-se em bus¬ca de aperfeiçoamento na fé e na obra, no aprimoramento da vida e dos dons (I Cor. 12:31), e não em honras e títulos, em saliência e em posições. Que qualidades deve ter? O Reverendo Hermisten Costa (2005), num blilhante trabalho não publicado intitulado: “Presbiteros e diacónos: servos de Deus no corpo de Cristo” falando sobre as qualificações destes oficiais, diz: Bom testemunho dos de fora: 1Tm 3.7. .De fora. Os líderes da Igreja, em especial numa sociedade pagã, estariam sempre sob os olhares inquisidores e investigativos de seus contemporâneos. Portanto, eles precisavam ter um bom testemunho dentro da Igreja (a eleição por si só já evidenciaria isso) e fora. Ninguém deveria ter do que acusá-los. É grande ingenuidade imaginar que o que importa é somente a nossa consciência diante de Deus ou, no máximo, diante de nossos irmãos. Sabemos que em última instância, ainda que sejamos injustiçados e caluniados, o que prevalece é a nossa convicção de uma boa consciência diante de nosso Deus. Contudo, isso não significa que não devamos ser cautelosos com a aparência no mal. Amigo do Bem: Tt 1.8. Amigo do que é bom. Denota devoção a tudo que é moralmente bom no sentido de resultado da sua atividade; excelente. Neste sentido, o presbítero deve ser amigo daquilo cuja .beleza. pode não ser a prioridade; no entanto, é algo essencialmente bom para a Igreja. Na administração da Igreja nem sempre tomamos atitudes que sejam consideradas esteticamente belas. No entanto, devemos agir procurando o que é essencialmente bom. O bom nem sempre é imediatamente agradável, mas é o melhor. A educação e a disciplina não têm, num primeiro momento, como ingrediente fundamental a satisfação de quem por elas é exercitado, no entanto, o fruto disso é o bem individual e o da Igreja de Cristo (Hb 12.4-13). Justo: Tt 1.8. A justiça denota a conformidade com a Lei de Deus e dos homens, vivendo em harmonia com elas,192 procurando vivenciar a Lei de Deus entre os homens. Piedoso: Tt 1.8.Devoto., .santo.. Enquanto que a justiça ressalta a atitude do homem na sociedade, a piedade destaca o seu relacionamento com Deus. Domínio próprio: Tt 1.8. Autocontrole, disciplinado. Apegado à Palavra: Tt 1.9. Notemos que todas as qualificações exigidas para o presbiterato e o diaconato só poderão ser cumpridas, mediante o apego irrevogável e devotado à Palavra. Este é o principal dote do bispo que é eleito especialmentepara o magistério sagrado, porquanto a Igreja não pode ser governada senão pela Palavra. Apto para exortar e convencer: Tt 1.9. Base na Costituição da Igreja, CI/IPB Escolha: Artigo 9º §1º e 110- Cabe à assembléia local, quando convocada pelo Conselho, eleger pastor, presbíteros e diáconos. Competência do presbítero: Artigo 50- O presbítero é o oficial eleito pela igreja e ordenado pelo Conselho para juntamente com o pastor exercer o governo e a disciplina e zelar pelos interesses da igreja. Artigo 51- Compete ao presbítero: a) Levar ao conhecimento do conselho as falhas que não puder corrigir por meio de admoestações particulares; b) Auxiliar o pastor no trabalho de visitas; c) Instruir os novos na fé, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude; d) Orar com os crentes e por eles; e) Informar ao pastor casos de enfermidades e aflições; f) Distribuir os elementos da santa ceia; g) Tomar parte na ordenação de ministros e oficiais; h) Representar o conselho no presbitério, no sínodo e no supremo concílio. Artigo 52-Os presbíteros tem nos concílios a mesma autoridade dos ministros. Art.54 - O exercício do presbiterato e do diaconato limitarse- á ao período de cinco anos, que poderá ser renovado. § 1º - Três meses antes de terminar o mandato, o Conselho fará proceder a nova eleição. § 2º - Findo o mandato do presbítero e não sendo reeleito, ou tendo sido exonerado a pedido, ou, ainda, por haver mudado de residência que não lhe permita exercer o cargo, ficará em disponibilidade, podendo, entretanto, quando convidado: a) distribuir os elementos da Santa Ceia; b) tomar parte na ordenação de novos oficiais. Art.57 - Aos presbíteros e aos diáconos que tenham servido à Igreja por mais de 25 anos, poderá esta, pelo voto da Assembléia, oferecer o título de Presbítero ou Diácono Emérito, respectivamente, sem prejuízo do exercício do seu cargo, se para ele forem reeleitos. Parágrafo Único - Os presbíteros eméritos, no caso de não serem reeleitos, poderão assistir às reuniões do Conselho, sem direito a voto. Dever: Art.55- presbítero deve ser assíduo e pontual no cumprimento de seus deveres, irrepreensível na moral, são na fé, prudente no agir, discreto no falar e exemplo de santidade na vida. Da Eleição, Ordenação e Instalação: Artigos 110 a 114- [...] Só pode ser instalado e ordenado quem aceitar a doutrina (confissão de fé e catecismo maior), o governo e a disciplina da Igreja Prtesbiteriana do Brasil. O Diaconato O termo usado no Novo Testamento para Diacono a principio era usado no grego classico como no coinê ou popular como: “aquqele que serve á mesa”. O termo sempre ligado ao serviço . Este maravilhoso oficio presente na pratica secular grega, foi trazido para o seio da Igreja Cristã no seu nascedouro. Diz Atos capítulo 6 dos versos 1 ou 7: Os diaconos deveriam ser escolhidos dentre os membros homens da Igreja de Cristo. O texto de Atos em epigrafe traz a lume as qualificações destes oficias: 1- boa reputação: esta qualidade sendo a primeira do texto faz conexão com outras passagens do Novo Testamento como: (At 10.22; 1Tm 5.10; Hb 11.2,4). Em outras palavras, a vida do diacono deveria ter boa reputação dentro e fora da Igreja. Deveria todos saberem de que a vida deles não tinha a mancha da desonestidade, da discordia e da desobediência. Deveria ter o respeito da comunidade, ou seja, a respeitabilidade falada por Paulo em (I Tim 3:8). Deve ter um procedimento sério; digno de todo respeito e admiração, sem o qual não pode ser escolhido para este oficio. Esta boa reputação traz tambem a idéia exposta por Paulo a (Tim 3:8), o qual deve ter uma só palavra. Sua palavra deve ser “sim, sim, não, não”. Costa (2005), interpreta dessa maneira: a) O diácono não deve ser um difamador, levando e trazendo casos os lares onde visita (não deve ser mexeriqueiro); b) Não deve ser alguém que pense uma coisa e diga outra; c) Não deve ser alguém que diz uma coisa para uma pessoa e algo diferente para outra, falando conforme o interesse do seu interlocutor. 2- cheios do Espirito Santo: Como todo cristão os diaconos devem ser cheios do Espirito Santo, pois a unção e vocação vem do proprio Deus que os vocaciona e os enche do Seu Espírito. Sendo cheios do Espírito els darão os frutos do Espírito. 3-cheios de sabedoria Costa, (Idem: 2005), falando deste oficio, sua criação e razão de sua existência na Igreja nascente, diz: No início da Igreja do Novo Testamento, competia aos apóstolos a responsabilidade de gerenciar os donativos, distribuindo-os conforme a necessidade dos crentes (At 2.45 e At 4.37; 5.2). Com o crescimento da Igreja, esta atividade tornou-se por demais pesada para eles. Nesse contexto é que se insere o diácono. O ofício de diácono teve a sua origem como resultado de uma necessidade: As viúvas dos helenistas (judeus de fala grega, provenientes da Dispersão), estavam sendo habitualmente esquecidas na distribuição diária (At 6.1). Ao contrário do que já foi suposto, o esquecimento não foi deliberado. A questão era mesmo de excesso de trabalho juntando a isso, a possível situação de severa penúria das viúvas. Os apóstolos reconhecendo o problema e ao mesmo tempo não tendo como resolver tudo sozinho, encaminharam à Comunidade, de forma direta, a eleição de sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregariam deste serviço (At 6.3). A eleição foi feita. Os Apóstolos, então, se dedicaram mais especificamente à oração e ao ministério da Palavra (At 6.4), ofício para o qual foram especialmente chamados: Pregar a Palavra de Deus. Base na Constituição da Igreja Presbiteriana Vocação/Qualidades: Artigos 109 e 109 da CI/IPB Escolha: Artigo 9º § 1º e art. 110 Competência: Artigo53- Compete ao diácono: a) à arrecadação de ofertas para fins piedosos; b) ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos; c) à manutenção da ordem e reverência nos cultos ou lugares reservados ao serviço divino; d) exercer a fiscalização para que haja boa ordem na casa de Deus e suas dependências. Obs: pode ser convocado pelo conselho para ajudar na administração civil ou nas questões administrativas da igreja. (Modelo de estatuto Art. 2). Dever Artigo 55- O Diacono deve ser assíduo e pontual no cumprimento de seus deveres, irrepreensível na moral, são na fé, prudente no agir, discreto no falar e exemplo de santidade na vida. Obs: Dentro e fora da igreja. Da Eleição, Ordenação, e Instalação:Artigos 110 a 114 Do Regimento Interno da Junta Diaconal: Artigo 58 Modelo Regimento Interno para Junta Diaconal: Art.1- A junta diaconal constituída de todos os diáconos da igreja que coordena as funções estabelecidas na CI/IPB art.53 e rege-se pelo presente regimento. Art.2- Compete à junta diaconal e aos diáconos individualmente: a) tomar conhecimento da existência de necessitados, principalmente de membros da igreja, visita-los, instrui-los e conforta-los espiritualmente, bem como auxilia-los nas suas necessidades dentro das possibilidades da igreja, examinando cautelosamente a fim de verificar a real existência das necessidades alegadas. b) Dispor para esses fins dos recursos votados pelo Conselho e das ofertas especiais. c) Examinar os casos de pretensões a lugares gratuitos em hospitais e orfanatos recomendando ou não a assistência pretendida. d) Tomar conhecimento da existência de enfermos, entre membros e aderentes da igreja. e) Comunicar aos presbíteros e ao pastor a existência e as condições dos enfermos. f) Manter em dia com meticuloso cuidado a lista e os endereços das pessoas que estão recebendo auxílio da junta. g) Recolher as ofertas dos membros e amigos da igreja, contá-las e encaminha-las imediata e diretamente à tesouraria da igreja. h) Dar todo apoio coletivo e assegurar o apoio individual dos diáconos aos planos econômicos ou financeiros adotados pelo conselho de modo que sejam com entusiasmo e realizados com toda a eficiência. i) Verificar se estão em ordem as cousas referentes ao culto como também os elementos da santa ceia, batismo e recolhimento das ofertas. j) observar a ordem no templo, dependências e arredores da igreja. l) Evitar de modo absoluto que haja reuniões paralelas no momento do culto. Art.3 Ajunta diaconal executara as suas funções de acordo com os seguintes princípios: a) Reunir-se-a uma vez por mês ou no mínimo a cada três meses. b) A diretoria da junta compor-se-a de presidente, vice e secretário, eleitos anualmente. c) organizar escalas. d) Estudar e sugerir planos ao conselho. e) Sempre fazer visitas em dois. e) Ler a palavra e instruir os crentes. g) Enviar trimestralmente relatório ao conselho. h) Enviar anualmente o livro de atas e o relatório geral ao conselho. Rev. Mauro Ferreira - Manual de Doutrinas e Práticas da Igreja Presbiteriana

Por que os presbiterianos batizam crianças?

Quando Deus fez um pacto com Abraão, incluiu seus filhos na aliança, e determinou que fossem todos circuncidados (Gn 17,1-14). A circuncisão, na verdade, era o selo da fé que Abraão tinha (ver Rm 4-3,11 com Gn 15, 6), mas, mesmo assim, Deus determinou-lhe que circuncidasse Ismael e, mais tarde, Isaac, antes de completar duas semanas (Gn 21, 4). Abraão creu e o sinal da sua fé foi aplicado à Isaac, mesmo quando este ainda não podia crer como seu pai. Mais tarde, quando Moisés aspergiu com o sangue da aliança as tábuas da Lei dada por Deus, aspergiu também todo o povo presente no monte Sinai, incluindo obviamente as mães e seus filhos de colo (Hb 9, 19-20). Paulo, ao refletir sobre a história de Israel e ao mencionar a passagem dos israelitas pelo Mar Morto, diz que todo o povo foi batizado com Moisés, na nuvem e no mar inclusive as crianças, é claro, pois havia milhares delas (1 Co 10.1-4). Não é de se admirar, portanto, que Pedro, no dia de Pentecostes, ao chamar os ouvintes ao arrependimento, à fé em Cristo e ao batismo, disse-lhes que a promessa do Espírito Santo era para eles e para seus filhos (At 2.38-39). E não é de admirar que os apóstolos batizavam casas inteiras em suas viagens missionárias: Paulo batizou Lídia e toda sua casa (,At. 16.15). A Peshito, versão siríaca do Novo Testamento que data provavelmente dos fins do 2º século, traduziu a passagem que registra o batismo de Lídia, do seguinte modo: “Ela foi batizada e as crianças de sua casa”. O carcereiro e todos os seus (At 16.3233), a casa de Estéfanas (1 Co 1.16). É verdade que não se mencionam crianças nessas passagens, mas o entendimento mais natural de "casa" e "todos os seus" é que se refira à família do que creu e fica difícil imaginar que, se houvesse crianças, elas teriam sido excluídas. Os Cristãos Reformados entendem que o batismo deve ser aplicado, então, a todos aqueles com quem Deus estabeleceu seu pacto de graça, mais claramente, com os crentes em Cristo e também com seus filhos. È importante enfatizar que não há um texto bíblico explícito que determine o batismo infantil. Por outro lado não se diz que somente adultos devem ser batizados. Premissa Maior Todos participantes no pacto da graça devem receber o sinal de tal pacto. Premissa Menor As crianças, filhos dos crentes são também participantes do pacto da graça. As crianças, filhos dos crentes devem também receber o sinal do pacto da graça. Se as duas premissas são verdadeiras, a conclusão é incontestável. E é isso o que a confissão descreve como “conseqüência boa e necessária”. A única forma de evitarmos o batismo infantil dos filhos dos crentes é se negarmos uma dessas verdades. Poucos negariam a premissa maior, mas dispensacionalistas claramente negam a premissa menor. Eles afirmam que as crianças filhos de crentes nunca foram participantes do pacto da graça. Uma vez que, durante a era do Antigo Testamento, eles participavam da nação de Israel e recebiam o sinal de sua participação no pacto - a circuncisão. Mas, dizem eles (dispensacionalistas), que crianças não participam do pacto da graça, porque esse pacto existe somente a partir do Novo Testamento. Uma vez que não existe um texto que ordena o batismo infantil, então não se deve fazer. Entretanto, o pacto da graça existe durante as duas eras (AT e NT), e os filhos dos crentes eram obviamente participantes do pacto durante o Antigo Testamento. Deus determinou isso (ver Gen. 17:10). Agora, uma vez que Deus não alterou seu pacto (Salmo. 89:34), nós não nos surpreendemos que não haja um texto no Novo Testamento indicando que os filhos dos crentes que eram participantes do pacto, agora já não são mais. Ao contrário, Colossenses 2:11 e 12 traçam um paralelo especifico, entre batismo e circuncisão; aqueles que eram então circuncidados, que sejam agora batizados. E Atos 8:12 mostra que o novo sinal da aliança foi dada as mulheres assim como aos homens. O Batismo é um sacramento totalmente passivo, partindo de nosso ponto de vista. Isso não significa que em todos os aspectos da aplicação da salvação prometida no pacto da graça, o individuo batizado seja totalmente passivo. Eles (ou elas) são verdadeiramente ativos em seu processo de conversão e santificação. Ao invés disso, o que realmente significa é que o individuo batizado e não se auto-batiza. Os Pais não batizam seus filhos. Falando diretamente, nem mesmo o ministro (pastor, igreja...) os batiza, no sentido de efetuar algo. Nós não fazemos nada no batismo; ao invés disso, Deus faz algo. Ele, através do cumprimento de um mandamento pela igreja, dá uma identidade a crianças, jovens e velhos, de sua família do pacto, os alvos de sua graça e de todas suas maravilhosas bênçãos. Símbolos e rituais mudaram, mas é a mesma Igreja, o mesmo povo. O Sábado tomou-se em Domingo, a Páscoa, em Ceia, e a circuncisão, em batismo. Os crentes são chamados de "filhos de Abraão" (Gl 3, 7, 29) e a Igreja de "o Israel de Deus" (Gl 6, 16). Não é de se admirar que Paulo chame o batismo de "a circuncisão de Cristo" (C12.11). Do mesmo jeito que vc leva seu filho para tomar uma vacina de poliomelite aos 2 meses de idade, vc também deve leva-lo para batizar, pois sabe que ambos são para o bem dele. Pedro explica o que no ocorre no batismo quando diz, arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2,38). Porém, ele não faz restrição a este ensinamento apenas aos adultos. Ele acrescenta, pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus (v.39). E também lemos, Levanta-te. Recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome (At 22,16). Este mandamento é universal, não restrito a adultos. Além do mais, estes versículos tornam clara a necessária conexão entre o batismo e a salvação, uma conexão explicitamente mencionada por Pedro, que diz, esta água prefigurava o batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela que consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo (1Pd 3,21). (At 16,33) S.Paulo batizou o carcereiro convertido: "Naquela hora da noite (o carcereiro) lavou-lhes as chagas e imediatamente foi batizado ele e toda a sua família".Como no caso acima, assim também na ocasião do batismo de Lídia e de Estéfanas, Paulo menciona que Lídia recebeu o batismo "com todos os de sua casa"; (At16,14-15) e " batizei a família de Estéfanas" (ICor 1,16), onde certamente , não faltavam crianças pequenas. No entanto, se é verdade que a Bíblia não diz de batizar as crianças, também em nenhum momento diz que somente os adultos devem ser batizados. Claro que os primeiros batizados foram de adultos, mas, uma vez que estes passam a viver a fé, eles também a pedem para os seus filhos (como no caso da circuncisão). A Bíblia mostra isso. São Paulo batizava famílias inteiras (At. 16,15. 33). Ora, se são famílias inteiras, ele deixaria as crianças para trás? A linguagem do Novo Testamento é perfeitamente coerente com uma continuação da administração orgânica da aliança, que exigia a circuncisão das crianças, Mt 19.14; Mc 10.13-16; At 2.39; 1 Co 7.14. Ademais, o Novo Testamento fala repetidamente do batismo de famílias, e não dá indicação de que isto seja considerado fora do comum, mas, antes, refere-se a esse fato como natural, At 16.15, 33; 1 Co 1.16. È, por certo, inteiramente possível, mas não muito provável, que nenhuma dessas famílias tivesse crianças. E se havia crianças, é moralmente certo que eram batizadas junto com seus pais. O certo é que o Novo Testamento não contém nenhuma prova de que pessoas nascidas e criadas em famílias cristãs não possam ser batizadas antes de chegarem à idade da discrição e de haverem professado sua fé em Cristo. Não há a mais ligeira alusão a alguma prática desse tipo. Testemunho da historia Nos primeiros quatro séculos da Era Cristã encontramos total unanimidade acerca dessa matéria. Há numerosos testemunhos de pais e apologistas dos primeiros séculos Igreja que falam da importância do batismo das crianças. Policarpo, Justino, Irineu, Orígenes, Hipólito, Cipriano, Basílio, Gregório e Agostinho defenderam o batismo infantil. O batismo infantil sempre foi praticado na igreja cristã. As igrejas Grega, Armeniana, Nestoriana e Absinia, que nunca aceitaram a autoridade de Roma, sempre batizaram crianças. Policarpo foi ministro (bispo) discípulo direto do Apóstolo João, e na sua Apologia defendia o batismo de infantes. Justino o Mártir (89-166), contemporâneo de João o Apostolo em sua "Primeira Apologia" (150 d.C), afirma que no batismo, "muitos homens e mulheres se tornaram discípulos desde crianças, sendo que foram batizadas ainda infantes” (15:6). Isso significa que no contexto histórico apostólico e pós apostólico que é o período que compreende de 50 a 180 depois de Cristo, isto é: 130 anos de história da Igreja e, portanto o período dos apóstolos e seus discípulos diretos em que a Igreja batizava crianças. Justino em seu "Diálogo com Trifo" (160 d.C), diz que o batismo é uma "Circuncisão Espiritual" e que adultos convertidos e suas crianças deveriam ser batizados (43:2). Hipólito (169-235), em sua obra “Tradição Apostólica” (215 d.C), recomenda: "Sejam batizadas, primeiramente as crianças". No século II a patrística trata o batismo infantil com naturalidade: Irineu de Lião ( 202) considera óbvia, entre os batizados, a presença de "crianças e pequeninos" ao lado dos jovens e adultos (Contra as Heresias II-24,4). Irineu foi batizado quando era criança, por isso referiu-se ao batismo infantil como um sacramento válido e necessário para iniciar os filhos dos cristãos primitivos. Orígenes foi escritor eclesiástico, teólogo e comentarista bíblico. Viveu em Alexandria até 231; passou os últimos 20 anos de sua vida em Cesaréia Marítima, na Palestina, e também viajando pelo Império Romano. Foi o maior mestre da doutrina cristã da antiguidade clássica da Igreja e de sua época e exerceu uma extraordinária influência como intérprete da Bíblia. O testemunho de Orígenes é de capital importância, não apenas porque como os outros primeiros teólogos da Igreja nos explica a razão de ser necessário batizar as crianças, mas pelo seu testemunho explícito de que este foi um costume ou tradição recebido pela Igreja diretamente dos Apóstolos. Orígenes, com sua pena, confirma, de antemão, aquilo que a arqueologia comprovaria ao encontrar evidências de batismos de crianças pela Igreja primitiva. “A Igreja recebeu dos Apóstolos o costume de administrar o batismo inclusive às crianças, pois aqueles a quem foram confiados os segredos dos mistérios divinos” (In. Rom. Com. 5,9: EH 249). Afirma Orígenes (185 - 255) que ele mesmo teria sido batizado quando criança. Em uma tradução mais antiga de sua obra diz: "A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos". (Epist. ad Rom. Livro 5, 9). Estes recém nascidos seriam as crianças de um a oito dias de idade. Outro testemunho de singular importância temos também graças à grande obra da Igreja Primitiva intitulada “Tradição Apostólica”. Esta obra foi escrita por Hipólito a qual é uma das mais antigas e importantes constituições eclesiásticas da Antiguidade (foi escrita por volta do ano 215 A.D). Nela encontramos instruções específicas acerca da administração do batismo por aspersão bem como consta a prática de batizar crianças e como em razão da fé dos pais poderiam ser batizadas. Seria a pratica dos dois primeiros séculos da Igreja, que ainda vivia sob o contexto apostólico, ou seja, ainda viviam os discípulos diretos dos apóstolos. A obra diz: “Sejam batizadas primeiramente as crianças”, diz mais: “Ao cantar o galo, se começará a rezar sobre a água, seja a água que flui da fonte, seja a que flui do alto. Assim se fará, salvo em caso de necessidade. Portanto, se houver uma necessidade permanente e urgente, se empregará a água que se encontrar. Se desnudarão e se batizarão primeiro as crianças. Todas as que puderem falar por si mesmas, que falem; quanto às que não puderem, falem por elas os seus pais ou alguém da sua família. Se batizarão em seguida os homens e, finalmente, as mulheres [...] O bispo ao impor-lhes as mãos, pronunciará a invocação: 'Senhor Deus, que os fizeste dignos de obter a remissão dos pecados através do banho da regeneração, fazei-os dignos de receber o Espírito Santo e envia sobre eles a tua graça, para que te sirvam obedecendo a tua vontade. A Ti a glória, Pai, Filho e Espírito Santo, na Santa Igreja, agora e pelos séculos. Amém” (Tradição Apostólica 20,21). Cipriano, em 258, adverte: "A graça do batismo não deve ser apartada de ninguém e especialmente das crianças". (Carta a Fido). Segundo Cipriano, era costume no século III, se batizar crianças depois do terceiro dia do nascimento. Ele registra na sua obra que um sínodo do Norte da África determinou que era permitido batizar as crianças "já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento" (Epístola 64 de Cipriano). Todos os Sínodos regionais até o V século determinava segundo a tradição cristã oriunda dos apóstolos o batismo de crianças recém nascidas. Vejam: O Sínodo de Elvira (306-312 d.C) recomenda: "As crianças devem receber o batismo". Em 418, o Concílio de Cartago declara: "Também os mais pequeninos, mesmo que não tenham ainda podido cometer pessoalmente algum pecado, são verdadeiramente batizados" (Dz.-Sch., Enquirídio, nº 223). Os pais da igreja de um modo geral sempre aceitaram o batismo infantil como uma prática vinda desde os tempos apostólicos e pelo menos 9 dentre 12 pais da igreja, o aceitaram, como defenderam. Foram eles: Policarpo, Justino, Irineu, Orígenes, Hipólito, Cipriano, Basílio, Gregório e Agostinho. Agostinho, Bispo de Hipona e doutor da Igreja, é reconhecido como um dos quatro doutores mais primorosos da Igreja Latina. Nasceu em 354 e foi bispo de Hipona por 34 anos. Na época de sua conversão aos trinta anos ele fora batizado por Ambrósio juntamente com duas crianças. Uma era seu filho Adeodato, e a outra Alípio. Combateu duramente todas as heresias, inclusive a de Tertuliano quando este proibira batizar crianças em sua comunidade. Sobre o batismo infantil diz: “O batismo dos filhos de pais cristãos com efeito, desde que foi instituída a circuncisão no povo de Deus – que então era o sinal da justificação pela fé – esta teve valor por significar a purificação no antigo testamento também para as crianças, da mesma forma como o batismo começou a ter valor também para a renovação do homem desde o momento em que foi instituído. Não que antes da circuncisão não houvesse justiça alguma pela fé – pois o próprio Abraão, pai das nações que seguiriam a sua mesma fé, foi justificado pela fé, mesmo sendo todavia incircunciso – mas porque o sacramento da justificação pela fé esteve totalmente escondido nos tempos mais antigos. Porém, a mesma fé no Mediador salvava os antigos justos, pequenos e grandes” (Do Matrimônio e da Concupiscência 2,11,24). Calvino usa os seguintes argumentos: “O Senhor disse expressamente que a circuncisão que se administra às crianças lhe servirá de confirmação do pacto que temos exposto. Se, pois, o pacto permanece sempre o mesmo, é de todo certo que os filhos dos cristãos não são menos participantes dele do que foram os judeus do AT. E se participam da realidade significada, por que não lhes a de ser comunicado também o sinal.” Estes argumentos expressos por Calvino no Livro IV, cap. XVI das Institutas, podem ser vistos como a defesa da fé apostólica e histórica contra os argumentos dos anabatistas eram os mesmos que hoje são usados contra as Igrejas que batizam crianças, mas ao grande teólogo de Genebra não faltaram textos bíblicos para justificar aquela prática. “Alguns espíritos mal-intencionados se levantam contra o nosso hábito de batizar crianças, como se essa prática não tivesse sido instituída por Deus, mas se tratasse de algo inventado pelos homens recentemente, ou ao menos pouco tempo depois dos apóstolos. Em face disso, achamos que, por dever de ofício, é preciso confirmar e fortalecer, nesse ponto, as consciências fracas e refutar as falsas objeções dos enganosos oponentes, com as quais eles poderiam perverter a verdade de Deus no coração das pessoas simples, não suficientemente preparadas para contestar suas astúcias sutis e hipócritas.” "Assim como os filhos dos judeus eram chamados linhagem santa, porque eram herdeiros da aliança e eram separados dos filhos dos incrédulos e dos idólatras, assim também os filhos dos cristãos são chamados santos, ainda que só o pai ou a mãe seja crente." Para justificar o batismo infantil, não basta encontrar textos bíblicos para provar a prática, muito menos encontrar subsídios históricos (mais precisamente entre os reformadores). Precisamos, sim, alcançar e autenticar um conceito de Igreja que inclua os filhos de pais crentes. Todavia, existe uma verdade aqui a declarar: O batismo infantil não salva a criança, bem como não salva o adulto. Todos adultos e crianças quando estas chegarem a idade da razão terão de exercer fé pessoal em Cristo Jesus. As crianças não serão salvas pela fé de seus pais, pois como existem muitos adultos desviados do caminho do Senhor embora foram batizados, assim tambem muitas crianças batizadas na infançia quando adultas desviaram ou desviam do caminho do Senhor. Se, ao crescer, uma criança que foi batizada resolver desviar-se dos caminhos em que foi criada, é da sua inteira responsabilidade, assim como os que foram batizados em idade adulta, e que se desviam depois. O Capítulo V “Dos principios de Liturgia” da CI da Igreja Presbiteriana na parte que trata sobre o batismo de crianças diz: Art.11 - Os membros da Igreja Presbiteriana do Brasil devem apresentar seus filhos para o batismo, não devendo negligenciar essa ordenança. § 1º - No ato do batismo os pais assumirão a responsabilidade de dar aos filhos a instrução que puderem e zelar pela sua boa formação espiritual, bem como fazê-los conhecer a Bíblia e a doutrina presbiteriana como está expressa nos Símbolos de Fé. § 2º - A criança será apresentada por seus pais ou por um deles, no impedimento do outro, com a declaração formal de que desejam consagrá-la a Deus pelo batismo. § 3º - Os menores poderão ser apresentados para o batismo por seus pais adotivos, tutores, ou outras pessoas crentes, responsáveis por sua criação. § 4º - Nenhuma outra pessoa poderá acompanhar os pais ou responsáveis no ato do batismo das crianças a título de padrinho ou mesmo de simples testemunha. Pode se concluir que a recusa de batizar as crianças se deu no século III com Tertuliano que tal proibição foi considerada uma heresia e depois no século XVI com os anabatistas , precursores dos batistas. Rev. Mauro Ferreira - Manual de Doutrinas e Práticas Presbiterianas

BASE HISTORICA DA IGREJA PRESBITERIANA

Um resumo da nossa base histórica bem objetivo e de facil entendimento foi publicado pelo Reverendo Adão Carlos no livreto “Razão de nossa Fé”, ( 4ª Edição, São Paulo: 1990, p.2), editado pela Casa Editora Presbiteriana. Ei-lo: 1. Como surgiu a Igreja Presbiteriana? R. Surgiu da Reforma do Século XVI. Deus levantou um homem chamado João Calvino para conduzir Seu povo de volta à Bíblia. E, desta volta à Bíblia, nasceu a Igreja Presbiteriana. 2. Como se processou a Reforma Religiosa do Século XVI? R. A Reforma tem, como data básica de sua origem, o dia 31 de outubro de 1517, dia em que Lutero afixou as suas 95 teses, contra as indulgências, na porta da capela de Wittenberg. Martinho Lutero era monge agostiniano e pretendia reformar a Igreja à qual pertencia. Porém, como foi excomungado pelo papa Leão X, viu-se obrigado a romper com a sua igreja, dando, assim, origem ao movimento religioso conhecido como Luteranismo. Movimentos religiosos independentes surgiram em outras regiões. Na Suíça, levantou-se Zwinglio, sucedido depois por Calvino. As Igrejas que adotaram as doutrinas e o sistema Calvinista, denominan-se Igrejas Reformadas ou Presbiterianas. Da Suíça, o Presbiterianismo se espalhou para os Países Baixos, França, Escócia e Inglaterra. E, a seguir, atingiu todos os Continentes. Hoje, os presbiterianos são o segundo maior grupo evangélico do mundo, perdendo em número apenas para os luteranos. 3. Quem foi João Calvino? R. Foi um dos Reformadores do Século XVI. Nasceu em Noyon, Picardia, na França, no dia 27 de maio de 1564. Aos 14 anos de idade, Calvino entrou para a universidade de Paris. Formou-se em direito na Universidade de Orleans, aos vinte anos de idade. Converteu-se a Cristo em 1533. Calvino foi o mais culto e o mais inteligente entre os reformadores. Escreveu comentários sobre todos os livros da Bíblia, com exceção do Apocalipse. Escreveu Sermões e Cartas e também tratados. Sua obra mais importante foi A Instituição da Religião Cristã, mais conhecida como As Institutas. Nesta obra ele apresenta um sistema de doutrinas absolutamente bíblicas. Este sistema de doutrinas é conhecido como Calvinismo. 4. É verdade que a primeira Igreja que surgiu foi a Igreja Católica? R. Não, não é verdade. A Igreja do Novo Testamento é chamada de Igreja Primitiva, por ter sido a primeira e não ter nenhum nome especial. Esta Igreja já não pode ser identificada com a Igreja Católica Romana, por várias razões, como, por exemplo, as seguintes: 1. Os problemas doutrinários e éticos surgidos na Igreja Primitiva eram resolvidos pelo presbitério (At.15.1-29) na Igreja Católica, são resolvidos pelo papa; 2. Na Igreja Primitiva não havia missa; havia culto com cânticos de hinos, orações, leitura Quanto a diferenciação do calvinismo e do luteranismo no contexto da reforma, existem mais coisas em comum do que divergentes. Vale aqui as observações nas perguntas seguintes, do Livreto do Reverendo Adão Carlos quando diz: 6. Por que Calvino não se uniu a Lutero, ao invés de criar um movimento à parte? R. Porque Lutero queria apenas reformar a Igreja, enquanto Calvino entendia que a Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se propôs organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina, na sua liturgia e na sua forma de governo, fosse idêntica à Igreja Primitiva. 7. Como o presbiterianismo chegou ao Brasil? R.. No Século XVI houve uma tentativa de implantação do presbiterianismo no Brasil, através dos franceses que aqui chegaram em 1557. A Ceia do Senhor, segundo o rito bíblico calvinista, foi celebrada pela primeira vez, na América do Sul, no dia 21 de março de 1557, no Rio de Janeiro. Os franceses, no entanto, foram expulsos de nosso país em 1567. Duas outras tentativas foram feitas através dos holandeses, em 1624 e em 1630. Em 1654, os holandeses foram expulsos do Brasil, e as comunidades presbiterianas que eles haviam implantado no nordeste, desapareceram. A implantação definitiva do presbiterianismo, no Brasil, se deu através do trabalho de missionários, que vieram especialmente para evangelizar os brasileiros.

PRINCIPIOS DA DOUTRINA PRESBITERIANA

Princípios da Doutrina Presbiteriana Os principios da doutrina presbiteriana estão fundamentados nas Sagradas Escrituras e mais especificamente na CFW – Confissão de Fé de Westminster, nos Catecismos maior e Brve Catecismo. Alguns poderia perguntar: não é a Bíblia o principio fundamental da doutrina presbiteriana? Respondemos: Sim, é a Bíblia, mas os Catecismos e a Confissão de Fé estão em harmonia com a Santa Escritura e são subordinadas a Ela. Tanto os Catecismos como as Confissões são formulas que substituiram os antigos Credos da Igreja nos primeiros séculos. As Confissãoes reformadas foram bem mais elaboradas e foram úteis para evidenciar a fé da Igreja a partir do século XVI num retorno à doutrina e pratica bíblica a despeito do romanismo. Ademais, a Fé Reformada Presbiteriana considera a Bíblia como única regra infalível de fé e de pratica, sob a qual se deve crer e como se deve viver. A Fé Reformada que é a mesma fé apostólica é a fé da Igreja Presbiteriana. Ela busca manter corretamente entendido o ensino integral das Escrituras Sagradas. Assim, não aceita outras doutrinas ou tradições advindas do catolicismo romano, ou inovações de revelações avulsas pseudo evangélicas. Revelações carismáticas contínuas, profecias e outras práticas atuais são estranhas pois o Cânon está fechado e as Santas Escrituras são suficientes pois Deus falou Sua Palavra final e necessaria para salvação e santificação de seu povo.A Bíblia e apenas a Bíblia - esta é a nossa confissão!